domingo, 29 de maio de 2011

Inércia

O relógio e os passos apressados deixavam o ambiente mais inquietante.
As vozes distorcidas, celulares grudados nos ouvidos, tudo pouco humano.
Os rostos sérios, sem sorrisos, mas com muitas rugas e olheiras, marcas do tempo e do cansaço.
Olhares distantes, talvez relembrando o que nunca vai se realizar. Havia neles uma tristeza dessas que já nascem com as pessoas. A tristeza que vem do mundo pérfido em que vivemos.
Uma sensação era constante e parecia comum a todos: um grito sufocante queria escapar de toda aquela gente, invadindo todo o espaço, derrubando paredes, destruindo o que destruia as pessoas por dentro. No entanto, a rotina mantinha as pessoas no mesmo estado inerte.